Noções Musicais na Formação de Musicoterapeutas

Análise dos Programas Acadêmicos, Universidade de Buenos Aires, Argentina

Autores

  • Juan Revuelta Berlanga Universidad Juan Agustín Maza, Argentina
  • Virginia Tosto Universidad de Buenos Aires, Universidad Juan Agustín Maza, Argentina
  • Maria Florencia Vazquez Universidad Juan Agustín Maza, Argentina

DOI:

https://doi.org/10.15845/voices.v25i3.4586

Palavras-chave:

currículo, modelo conservatório;, pensamentos decoloniais, musicoterapia

Resumo

Assim como no resto da América Latina, na Argentina os programas de formação em Musicoterapia parecem seguir diretrizes formuladas na Europa e nos Estados Unidos, nas quais predominam estratégias de ensino-aprendizagem concebidas a partir do Modelo Conservatório. Nossa equipe investigou as características desse modelo que estão presentes na formação acadêmica dos licenciados em musicoterapia que cursaram seus estudos na Universidade de Buenos Aires durante o ano de 2022.Por meio de um processo de pesquisa qualitativa, foram analisados (utilizando o Atlas.ti 8) os programas de todas as disciplinas, em todas as seções, exceto a de Referências. Os resultados mostraram que, na formação oferecida pela Universidade, a música é considerada uma modalidade expressiva, que a improvisação é a experiência musical mais valorizada pelos professores e que existe um forte interesse em analisar as produções sonoras, formal ou informalmente. Os instrumentos musicais mencionados com mais frequência são os de percussão e a voz.Os pensamentos decoloniais são críticos do modelo pedagógico do Conservatório, que circunscreve os processos de ensino-aprendizagem musical à leitura e à escrita, e privilegia neles a execução instrumental. Uma revisão crítica do atual plano de estudos à luz dos pensamentos decoloniais poderia contribuir para a construção de conhecimentos situados e permitiria trabalhar, no âmbito da carreira, sobre os efeitos da colonialidade na formação dos musicoterapeutas.

Comentário Editorial

Quais são as ideias sobre música transmitidas na formação acadêmica dos futuros musicoterapeutas? Quais aspectos dessa formação estão ligados aos modelos pedagógicos eurocêntricos e quais podem ser entendidos a partir de perspectivas descolonizantes? Consideramos fundamental a preocupação dos autores em nos alertar sobre a importância de visibilizar os lugares a partir dos quais os sujeitos e instituições envolvidos fazem suas afirmações e lhes atribuem valor. Eles nos dizem que, como formadores de musicoterapeutas na América Latina: “Podemos tornar explícito o lugar a partir do qual os conhecimentos são produzidos, sejam eles próprios ou aqueles aos quais recorremos para elaborar nossas pesquisas e/ou os processos de formação nos quais intervimos. Podemos tornar explícito que a divisão entre música popular e acadêmica responde a preconceitos ligados ao local de origem das músicas; podemos incluir nos repertórios de nossas disciplinas as músicas dos povos originários, as músicas folclóricas, populares e urbanas. Podemos reconhecer os processos de ‘branqueamento’dessas músicas no afã de fazê-las entrar nos circuitos acadêmicos.”

Biografia do Autor

Juan Revuelta Berlanga, Universidad Juan Agustín Maza, Argentina

Licenciado em Musicoterapia. Trabalha e desenvolve suas práticas profissionais no âmbito docente, na área clínica e em dispositivos comunitários musicoterapêuticos.

Virginia Tosto, Universidad de Buenos Aires, Universidad Juan Agustín Maza, Argentina

Licenciada em Musicoterapia. Doutoranda em Epistemologia e História da Ciência com uma pesquisa sobre Cognição Musical Corporificada. Desenvolve suas práticas profissionais na área do ensino e da supervisão. Membro da Associação Argentina de Musicoterapia.Integra a Comissão de Construção de Conhecimentos (Comitê Latino-Americano de Musicoterapia)

Maria Florencia Vazquez, Universidad Juan Agustín Maza, Argentina

Licenciada em Musicoterapia. Professora Superior de Música especializada em Produção Musical Didática. Diplomada em Saúde Comunitária. Atualmente, está cursando o Mestrado em Investigação e Assistência Sanitária. Trabalhou na área da saúde mental comunitária, como docente e na área da gestão universitária

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Publicado

2025-11-03

Como Citar

Revuelta Berlanga, J., Tosto, V., & Vazquez, M. F. (2025). Noções Musicais na Formação de Musicoterapeutas: Análise dos Programas Acadêmicos, Universidade de Buenos Aires, Argentina. Voices: A World Forum for Music Therapy, 25(3). https://doi.org/10.15845/voices.v25i3.4586

Edição

Seção

Research