Musicoterapia e Interseccionalidades

Perspectvas Críticas Sobre Dinâmicas Estruturais de Violências e Opressões e seu Enfrentamento por Meio de Práticas Emancipatórias na Musicoterapia Brasileira

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.15845/voices.v25i3.4528

Mots-clés :

musicoterapia, interseccionalidade, violência, promoção da saúde, práticas emancipatórias

Résumé

Este trabalho traz reflexão sobre a urgência de incorporar perspectivas interseccionais na prática da musicoterapia, enfatizando a necessidade de abordagem interseccional, incluindo perspectivas antirracistas, feministas e voltadas à população LGBTQIA+ (queers), para transformar os cuidados em saúde e combater possíveis violências institucionais. A partir de uma revisão crítica da literatura, traz reflexões que apontam para a necessidade de a musicoterapia expandir suas dimensões de modo a integrar saberes decoloniais e práticas anti-opressivas, reconhecendo a complexa interação entre raça, gênero e sexualidade. A análise revela que estruturas históricas de opressão, como racismo, sexismo e LGBTQIA+fobia, perpetuam desigualdades e restringem o acesso a serviços de saúde de qualidade. Como resultado, o texto ressalta a necessidade de repensar os currículos de formação em musicoterapia, promovendo a conscientização crítica e a valorização dos saberes multiculturais a partir de múltiplas epistemes. Ao propor umaprática musicoterapêutica comprometida com a justiça social, o estudo convoca profissionais, educadores e gestores a repensarem de forma crítica suas abordagens, ampliando espaços de escuta, inclusão e transformação e dessa forma, contribuir para a promoção de uma saúde integral e emancipatória, capaz de enfrentar as múltiplas dimensões das violências contemporâneas.

Comentário Editorial

Quão complexa é a musicoterapia quando a vivenciamos na intersecção entre raça, gênero e sexualidade! Os autores conhecem profundamente esse tipo de interseccionalidade e nos convidam a nos aproximarmos desse território, generosamente. Eles mesmos reconhecem o trabalho de muitos colegas que, no Brasil, estão trabalhando para enfrentara violência gerada pelo colonialismo em termos de desigualdade, injustiça e violência.

Bibliographies de l'auteur-e

Wagner Junio Ribeiro, Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil

Mestrando em Promoção da Saúde e Prevenção da Violência e Bacharel em Musicoterapia pela Universidade Federal de Minas Gerais -Brasil (UFMG). Especialista em Saúde Mental e Atenção Psicossocial. Professor Voluntário no curso de Musicoterapia da UFMG. Atuaem pesquisas sobre musicoterapia, promoção da saúde e interseccionalidades, com foco nos estudos de raça, gênero e sexualidades LGBTQIA+. Fundador e atual coordenador do Coletivo Musicoteraprets Brasil.

Luiz Paulo Ribeiro, Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil

Psicólogo, Doutor em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Professor adjunto no Departamento de Ciências Aplicadas à Educação da Faculdade de Educação da UFMG e integrante do Tinkuy: Observatório Internacional de Práticas e Investigações em Saúde Mental em Comunidades Educativas. Desenvolve pesquisas sobre saúde mental escolar, representações sociais e convivência escolar, com especial interesse em comunidades educativas rurais e LGBTQIA+.

Verônica Magalhães Rosário, Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil

Doutora em Neurociências e Mestre em Música pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Bacharel em Musicoterapia pela Faculdade de Artes do Paraná (FAP). Professora Adjunta no Departamento de Instrumentos e Canto da Escola de Música da UFMG e integrante do Centro de Estudos em Musicoterapia (CEMt). Atua no cuidado com mulheres sobreviventes de violência doméstica, no desenvolvimento de instrumentos de avaliação e protocolos clínicos e na reabilitação neurológica de pessoascom transtornos do neurodesenvolvimento.

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Publié-e

2025-11-03

Comment citer

Ribeiro, W. J., Ribeiro, L. P., & Magalhães Rosário, V. (2025). Musicoterapia e Interseccionalidades: Perspectvas Críticas Sobre Dinâmicas Estruturais de Violências e Opressões e seu Enfrentamento por Meio de Práticas Emancipatórias na Musicoterapia Brasileira. Voices: A World Forum for Music Therapy, 25(3). https://doi.org/10.15845/voices.v25i3.4528

Numéro

Rubrique

Position Papers