Quando Canta o Mbira'ká

Saberes Plurais de “VOZES-MULHERES” em Território Musicoterapêutico

Auteurs-es

  • Silviane Valle Universidade de Brasilia, Brasil

DOI :

https://doi.org/10.15845/voices.v25i3.4579

Mots-clés :

musicoterapia para mulheres, narrativas indígenas, cosmo-sônica, interculturalidade

Résumé

Este estudo apresenta uma reflexão acerca de meu percurso apoiado na Musicoterapia Social e Comunitária nas rodas de mulheres. A partir da musicalidade e do cuidado que devém do gesto afetivo, do cantar poético-ancestral indígena, da palavra sentida e entoada coletivamente, discorro sobre aspectos importantes à minha prática, cujo sentido e relevância buscam referências que anseiam por desconstruir estereótipos impostos ao saber sonoro-musical originário. Esse escrito tem caráter qualitativo e apoia-se em pesquisas de cultura imaterial que se transmitem de geração em geração por meio da oralidade e da memória, a partir da literatura de informação e textos relacionados. São apresentadas reflexões e propostas para as vivências musicoterapêuticas realizadas naroda de mulheres, que considerem, particularmente, a diversidade cultural e promovam a validação de saberes comunitários.

Comentário Editorial

Nósnos identificamos com as perguntas que Silviane nos traz, escritas em primeira pessoa: Como posso criar espaços de cuidado baseados em práticas não hegemônicas? Como posso ser um profissional de saúde mental sem levar em conta as questões de raça, gênero e classe social? Como os programas de musicoterapia (de graduação e pós-graduação) reconhecem as subjetividades das pessoas negras, indígenas e periféricas? Como é ser estudante e desenvolver uma carreira profissional quando não se sente representado nos espaços de formação e de trabalho? Estamos abertos a outros conhecimentos, de outras culturas, ou estamos presos a uma linguagem que não nos permite propor ou imaginar novas possibilidades de ligação entre as pessoas e com o seu ambiente?Pensamos que a autora desafia, com essas perguntas, muitas das posições de privilégio que naturalizamos diariamente. E nos leva a refletir não apenas com nossas ferramentas analíticas, mas também dando espaço aos conhecimentos e experiências ancestrais, míticos e também poéticos.

Biographie de l'auteur-e

Silviane Valle, Universidade de Brasilia, Brasil

é mulher de origem indígena, professora de arte e musicalização infantil, arte-educadora (IdA-UnB), musicoterapeuta clínica representante do Coletivo Musicoteraprets (UFMG); Promove experiências artísticas, educativas e terapêuticas mediadas pela música, com foco no trabalho com mulheres, infâncias e juventudes plurais; Mestranda empolíticas públicas para a infância e juventude (CEAM-UnB). Pesquisa sobre Educação em Saúde Mental para a População Negra e Indígena: práticas racializadas; Música e saúde mental: práticas de cuidado não hegemônicas e descoloniais; Musicoterapia, raça e saúde mental e Musicoterapia para as infâncias indígenas;Estuda as infâncias indígenas do Centro-Oeste e suas musicalidades na equipe de pesquisa do projeto “Tecnologias para a promoção da parentalidade saudável e combate a violência na primeira infância” (CNPq 466/2023). É discente pesquisadora doObservatório dos Povos Originários e suas infâncias –OPOInfâncias da Universidade de Brasília, em pesquisas sobre a problemática das opressões, violências e violações praticadas contra os povos originários e suas infâncias.

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Publié-e

2025-11-03

Comment citer

Valle, S. (2025). Quando Canta o Mbira’ká: Saberes Plurais de “VOZES-MULHERES” em Território Musicoterapêutico. Voices: A World Forum for Music Therapy, 25(3). https://doi.org/10.15845/voices.v25i3.4579

Numéro

Rubrique

Reflections on Practice